Cientistas desvendam mistério de ‘voo’ de caramujo marinho
Criaturas minúsculas podem exercer papel ecológico importante na movimentação de biomassa no planeta.
Uma pequena espécie de caramujo marinho “voa” embaixo d’água usando os mesmos movimentos de insetos alados, apontou estudo.
Cientistas americanos observaram a chamada borboleta-do-mar – uma lesma aquática – por meio de câmeras de alta velocidade e sensores de fluxo.
A criatura de 3 milímetros bate suas estruturas em forma de asa, que crescem no lugar dos pés de um caramujo normal, em um padrão típico octogonal.
E também cria pequenos vórtices de sustentação, similares aos truques que mantêm insetos no ar.
A Limacina helicina é um molusco predador de aparência bizarra. Quando não está exibindo sua aptidão para “nadar”, produz teias de muco para capturar plâncton.
Imagens em 3D
Usando quatro câmeras, os pesquisadores fizeram uma medição em 3D do movimento que o animal produz como se estivesse nadando.
“Estava codificando dados e finalmente vi essa figura octogonal, que imediatamente reconheci como algo semelhante ao que uma mosca-da-fruta faz”, diz o autor do estudo, David Murphy, engenheiro mecânico da Universidade Johns Hopkins.
A pesquisa identificou ainda que o molusco bate suas asas em “ângulo de ataque” semelhante ao de insetos.
Entender como essas criaturas se locomovem, diz Murphy, pode aumentar o conhecimento geral sobre o comportamento desses animais – incluindo como encontrar comidas, parceiros e evitam predadores.
Isso é valioso porque esses minúsculos caramujos podem exercer um grande papel ecológico. A migração noturna de zooplâncton como a Limacina helicina até a superfície do oceano para se alimentar e escapar de predadores é um dos maiores movimentos de biomassa no planeta.
“Eles também são muito importantes em termos do ciclo biogeoquímico. Eles possuem uma concha de carbonato de cálcio, então quando morrem e afundam foram uma reserva de carbono significativa.”
Fonte: O GLobo