Saúde Animal

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Anemia Infecciosa Equina




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Em tempos recentes a A.I.E. (anemia infecciosa eqüina), tem sido apelidada de AIDS eqüina. De fato ela tem alguma semelhança com essa doença, é transmitida por um virus presente no sangue e nas secreções corporais, é doença incurável e geralmente fatal, não existindo, vacina ou tratamento para seu combate. No entanto, entre elas existem diferenças bem marcadas.

Para começar, o virus da AIE é muito menos conhecido do que o da AIDS, ainda não tendo sido identificado o grupo ao qual pertence. A AIE é transmitida pela picada de insetos; o que felizmente, não é o caso da AIDS. Distinguimos quatro formas básicas da AIE: a aguda, a sub-aguda, a crônica e a latente.

Da forma aguda, os animais recém contagiados podem evoluir para a forma super-aguda, levando a morte em dois ou três dias, ou em animais mais resistentes, constituir-se de vários períodos de pico intercalada por melhora aparente. A forma sub-aguda consiste nos animais que sobrevivem à forma aguda e que passam a apresentar crises periódicas da doença, com dias ou semanas de intervalo, e, conseqüentemente acaba comprometendo o sistema cardiovascular e respiratório.

Na maioria dos casos, a morte sobrevem depois de semanas ou meses. A morte crônica nem sempre é de diagnóstico evidente. O animal que a apresenta tem os mesmos sintomas de outras doenças; emagrecimento discreto, fraqueza, pouca resistência para o trabalho. Podendo sobreviver por muitos anos. E a forma latente caracteriza os “portadores assintomáticos”, tendo ou não passado pelos estágios anteriores da doença, mas com poder de contaminação e propagação da doença.

Levando-se em conta esses fatores, fica mais fácil entender a observância das regras do Ministério da Agricultura (sacrificar animais com exame positivo), por mais penoso que possa ser em casos individuais, é preciso que se pense na saúde de um rebanho como um todo.

O primeiro caso de AIE no Brasil foi registrado cientificamente em 1967, no J.C.R.J., mas só em 1972 foi desenvolvido um teste laboratorial específico, a imunodifusão em gel, que permite o diagnóstico certo da doença; trata-se do famoso teste de “Coggins”.

Desta época datam as disposições do MA, que preconizam o seguinte:

Exigência do atestado “NEGATIVO” para trânsito e permanência em recintos de exposições, leilões e clubes.
Controle periódico por parte de criadores.
O sangue deverá ser coletado por veterinário e enviado a laboratórios especializados e credenciados pelo MA, com a resenha do animal.
A validade será de 60 dias.
Em caso de exame “POSITIVO”, o animal deverá ficar de quarentena e sacrificado, após a confirmação feita através de um segundo exame. O animal morto deverá ser queimado e enterrado em local isolado.
Fazendo novamente um paralelo com a AIDS, os estudos neste segmento não evoluiram tanto quanto na medicina humana, mas pesquisadores registraram casos isolados em manadas de cavalos selvagens do estado de Roraima, que são portadores (muitas vezes todos os componentes do grupo), mas não desenvolveram a doença em nenhum dos estágios anteriores.

No entanto, como o seguro morreu de velho… é de boa conduta ser criterioso e radical, quando o assunto for a Anemia Infecciosa Eqüina.

Dr Renato Faria Sanches
Médico Veterinário