Saúde Animal

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Manejos de Reprodução em Suínos




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repropig (Uso da Inseminação Artificial)

Histórico da Inseminação Artificial

O uso da Inseminação Artificial em animais iniciou-se com os árabes, que utilizavam coletar sêmen de seus melhores garanhões, para inseminar as éguas de suas tropas. Nos tempos modernos, foi um monge Italiano, SPALLANZANI, que usou a inseminação artificial em cães, em 1779. Os Japoneses também entraram cedo na era da inseminação artificial, quando ITO et al., usaram em suínos em 1948. Depois dos Japoneses, os ingleses POLDGE, SMITH E PARKER, também tiveram sucesso com a inseminação em suínos, em 1949. Mas somente após descobrirem que o sêmen se conservava em temperaturas mais baixas, na década de 50, é que seu uso tornou-se popular, principalmente na Europa, em países como Noruega, Holanda e Alemanha.

NO BRASIL, a inseminação em suínos, teve seu destaque a partir de 1975, a nível comercial, principalmente na região sul, onde nasceram as primeiras centrais de inseminação artificial. Hoje o Brasil está em primeiro lugar na América Latina , em número de fêmeas inseminadas, porém, em porcentagem de rebanho, o CHILE é o primeiro.

O uso da Inseminação Artificial está em constante aumento em todo o mundo, pois após um certo receio inicialmente, grandes empresas como a Agroceres-PIC, a PIC (Inglaterra), e outras, estão investindo nesta tecnologia.

VANTAGENS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Podemos considerar como a principal, e talvez a mais importante vantagem do uso da inseminação artificial, a melhoria genética que ela nos proporciona, pois seu uso permite quebrar as barreiras entre uma granja núcleo e suas filiais, levando assim o material que por outros métodos levaria vários anos para chegar nas granjas de nível inferior numa pirâmide genética.

Não podemos deixar de citar, como vantagem, o controle sanitário, que se faz quando se usa inseminação artificial, pois com a interrupção do uso direto do macho, reduz-se a transmissão de doenças que através do coito natural contamina tanto macho quanto fêmea, transmitindo-se desta forma para outras animais do plantel.

Sem dúvida, temos que considerar os custos, como benefício também, pois como veremos detalhadamente abaixo, a cobertura por inseminação artificial fica menos da metade do preço de uma monta natural.

Temos ainda as facilidades de cruzamentos, onde pode-se usar machos pesados para inseminar marrãs, que seria impossível se fosse por meio de monta natural.

Influenciando diretamente os custos, está o N.º DE FÊMEAS / MACHO, que pode chegar até 200 fêmeas / macho, contra 15 a 20 em monta natural.

Também temos a facilidade de manejo, o que reduz os riscos de machucar fêmeas, machos e o tratador.

Restando ainda um grande benefício, que é o reconhecimento de machos inférteis, pois na inseminação, antes de se diluir um sêmen, este é analisado e verificado suas condições para uso, o mesmo não ocorre com o uso do macho para monta natural. E, através de estudos de centrais de inseminações em todo o mundo, verificamos o quanto é inconstante a produção e a qualidade do sêmen dos cachaços, variando sensivelmente por qualquer alteração que o animal sofra.

Como outras vantagens podemos citar:

ANIMAIS PADRONIZADOS
UNIFORMIDADE DOS LOTES
Adicionado ainda, se usarmos machos indexados:

EXCELENTE QUALIDADE DE CARCAÇA
MENOR ESPESSURA DE TOUCINHO
MELHOR CONVERSÃO ALIMENTAR
MAIOR GANHO DE PESO
MELHOR TAXA DE CRESCIMENTO
Quase imperceptível, mais vejamos o que representa 1% de melhoria na taxa de crescimento em uma granja com 1.000 matrizes:

+ 220 ANIMAIS / ANO
– R$ 6,60 / ANIMAL ( custos fixos )
– R$ 1,80 / ANIMAL ( depreciação )
Da mesma forma, 1% de melhoria na conversão alimentar nos proporciona:

ECONOMIA DE 66 TON DE RAÇÃO A R$ 0,20 / Kg = R$ 13.200,00
E 1% melhoria na carcaça:

EM SISTEMAS DE TIPIFICAÇÃO DE CARCAÇA + 1,5% NO PREÇO BASE
BARREIRAS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Como qualquer técnica nova, há uma necessidade de treinamento para mão de obra, melhorando o conhecimento do comportamento animal, para que se faça bem o diagnóstico de cio, que é fundamental para o sucesso da inseminação artificial.

Há um incremento da infra-estrutura, onde necessita obter um laboratório, e equipamentos para o preparo do sêmen, porém, com a economia que faremos dispensando a compra de machos, podemos incrementar nosso laboratório com o que tem de melhor.

* IMPORTANTE PARA SUCESSO DA INSEMINAÇÃO É CONHECER O COMPORTAMENTO ANIMAL

DIAGNÓSTICO DE CIO

MATERIAL NECESSÁRIO

Para o preparo do sêmen, temos que ter um laboratório preparado, possuindo estufas para esterilização, microscópio com contraste de fase, destilador de água, etc..

Basicamente o que se precisa para realizar uma inseminação artificial são:

PIPETAS
GELADEIRA DE CONSERVAÇÃO A 15 º C
BANHO-MARIA P/ AQUECIMENTO DAS DOSES
TERMÔMETRO DE LEITURA RÁPIDA
ESTERILIZADOR DE PIPETAS
PROCEDIMENTOS PARA REALIZAR INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM GRANJAS

CUIDADOS NA COLETA
Realizar as coletas em horas mais frescas do dia;
Observar intervalo entre coletas dos machos, seguindo o seguinte esquema:
Machos jovens, com até um ano de idade – coleta uma vez por semana
Machos adultos, com mais de um ano de idade, e boas condições de sêmen – coleta 3 vezes a cada 15 dias, ou seja intervalo de 5 – 4 – 5 dias.
Fazer a limpeza do macho antes de levá-lo para sala de coleta, lavando-o com sabão neutro e esgotando o líquido prepucial
Utilizar recipientes separados para colher fração rica e pobre
Para fração rica, utilizar becker estéril ou copo plástico descartável, contido em garrafa térmica com água a 37 º C.
Coletar em sala de coleta, limpa e isolada das baias, evitando assim contaminações do sêmen
Utilizar tapete de borracha para que o macho não escorregue na hora do salto
Tratar o macho com carinho (oferecer bala após a coleta)
CUIDADOS NO LABORATÓRIO
Receber o sêmen através de uma janela, evitando, assim a entrada da mesma pessoa que faz a coleta dentro do laboratório
Estar com material para análise preparado
Fazer os testes rapidamente
Diluir o sêmen o mais rápido possível
Deixá-lo descansar por 2 horas antes de envasá-lo
Ter a temperatura interna do laboratório estável a 20 º C
CUIDADOS COM O SÊMEN
1 – Receber o sêmen e colocar diretamente na geladeira ( 15 a 18 º C ).
Procurar observar se o sêmen chegou em boas condições de armazenamento, preferencialmente em caixa térmica. Em caso de suspeita não utilizar.
2 – Evitar estocar sêmen por mais de 3 dias contando a data de coleta.
3 – Se faz necessário colocar o sêmen em posição horizontal na geladeira de 15 a 18 º C e mover lentamente o sêmen 2 a 3 vezes ao dia para uma melhor homogeneização do diluente com o sêmen.
4 – Manter um termômetro de máxima e mínima no interior da geladeira. Observar e notificar a temperatura 2 vezes ao dia.
CUIDADOS AO INSEMINAR
1 – Colocar as doses diretamente no Banho Maria e ligá-lo aquecendo-o ate 37 º C. Deixar por 10 minutos após estabilizar a temperatura a 37 º C. Colocar o número de doses de acordo com o número de inseminadores para evitar que o sêmen permaneça em atividade por muito tempo. Observar se a temperatura do Banho Maria chega aos 37 º C dentro de 15 minutos no máximo, caso contrário, se demorar para aquecer, ligá-lo um pouco antes de colocar o sêmen.
2 – Quando houver mais de 2 fêmeas/inseminador, retirar da geladeira as doses de sêmen seguintes quando o Banho Maria chegar a 37 º C e colocá-las no mesmo, quando sair para a aplicação das doses já aquecidas.
Ex.: temos 4 fêmeas para inseminar e 1 inseminador: -Retiramos 2 doses e colocamos diretamente no Banho Maria, ligamos e deixamos a temperatura chegar ao 37 º C. -Quando a temperatura chegar aos 37 º C, retiramos da geladeira as outras doses. Aguardamos 10 minutos para igualar a temperatura interna da bisnaga e colocando-as em caixa de isopor com água aquecida a 37º C. Colocamos as doses retiradas anteriormente da geladeira no Banho Maria e vamos fazer as aplicações com as doses já aquecidas. Terminada a 1ª etapa, apanhamos as doses restantes e procedemos o mesmo esquema anterior.
CUIDADOS COM A FÊMEA
1 – Manter a fêmea da desmama ao dias da cobertura com ração de lactação a vontade.
2 – Evitar cobertura ou inseminações nas fêmeas que apresentarem perda de peso corporal na maternidade (abaixo grau 2). Notificar cio e acompanhar o arraçoamento individual destas matrizes.
3 – Passar o cachaço para detectar cio 2 vezes ao dia (manha e final da tarde). Observar os períodos mais frescos do dia e utilizar machos alternados.
4 – Notificar as fêmeas que se deixam montar pelo macho e/ou apresentam reflexo de tolerância do homem (RTH).
5 – Antes da inseminação proceder a limpeza e higiene do aparelho genital externo da fêmea (vulva, cauda, região traseira, tudo que apresentar-se sujo). Nestes casos passar água e solução desinfetante, secar com papel toalha antes da introdução da pipeta.
6 – Retirar a proteção das pipetas delicadamente, sem tocar na região que será introduzida na fêmea.
* Não esquecer que, antes de pegar as pipetas para inseminar deve-se lavar as mãos com água e sabão secando posteriormente com papel toalha descartável.
7 – Pegar a dose seminal aquecida a 37 º C e colocar um pouco na pipeta externamente com a finalidade de lubrificação.
8 – Introduzir a pipeta girando-a no sentido anti-horário (p/esquerda). Evitar contato da pipeta com a parte externa da fêmea para não haver contaminação.
9 – Acoplar a bisnaga com o conteúdo seminal diretamente na pipeta. Retirando o ar existente na dose e aplicar a dose seminal lentamente durante 5 a 7 minutos. Mesmo que a fêmea sugue o sêmen rapidamente, manter a pipeta introduzida até completar 5 minutos no mínimo. Em seguida retirar a pipeta girando-a no sentido horário.
RELAÇÃO DE CUSTO ENTRE MONTA NATURAL E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
1-Custo de 01 cachaço* = R$ 2.250,00 *cachaço AGPIC indexado – IV
2-Vida útil do animal aproximadamente 2 anos ou 750 dias.
depreciação animal = 2.250,00 : 750 = R$ 3,00 / dia.
3-Custo alimentar de um cachaço = consumo médio diário de ração x custo / Kg da ração x fator de multiplicação (2)
-Consumo médio de ração de 01 cachaço = 2,5 Kg de ração
– Custo de ração para cachaço = R$ 0,20 / Kg.
– Fator de multiplicação (2) = referente a mão de obra, energia elétrica, vacinações, tratamentos, instalações, etc.
Custo alimentar = 2,5 x 0,20 x 2 = R$ 1,00 / dia.
4-Custo diário de um cachaço = R$ 4,00
5- Monta Natural – um cachaço cobre em média uma fêmea por semana, o que nos dá o valor diário x 07 dias ( semana ), dividido pelo número de fêmeas ( 1 ) = R$ 28,00./ FÊMEA COB.
6-Inseminação Artificial – um cachaço produz em média 16 doses por coleta, sendo coletado 3 vezes a cada 14 dias (intervalo 5-4-5 ), o que nos dá uma média diária de 3,43 doses, a um custo / dose de R$ 1,17.
*Tomaremos como base para diferenciação entre a monta natural e inseminação artificial, uma granja de pequeno porte que usa somente um macho para suas coberturas, fica claro que isto, na prática não se verifica, pois é inviável tecnicamente ter somente um cachaço na granja, porém estes custos serão mais diluídos quanto maior for a granja ou central de inseminação artificial.
7-Porém na inseminação artificial nós necessitamos de alguns materiais para o processamento do sêmen, tal como descrevemos abaixo:
Laboratório : contendo 01 microscópio, 01 estufa, 01 Banho Maria, 01 geladeira, vidraria em geral, prédio, etc..
custo aproximado = R$ 10.000,00
tempo de depreciação = 10 anos
custo diário R$ 10.000,00 : 3.650 dias = R$ 2,74, que dividido pelo número médio de produção de doses por um macho ( 3,43 ) nos dá um custo por dose de R$ 0,80.
Diluente: MR-A custo de R$ 0,85 / dose
BTS custo de R$ 0,35 / dose
Mão de Obra Técnico laboratório* = R$ 100,00/ mês * valor estimado como bonificação, para uma granja pequena, que pode usar a mesma pessoa que cuida da gestação. : 30 dias = R$ 3,33 / dia :3,43 doses diárias = R$ 0,97 / dose
O n.º de doses por cobertura em média = 3 doses.
Custo por dose de sêmen:
MR-A = R$ 3,79 BTS = R$ 3,29
Custo total de uma cobertura por inseminação artificial = R$ 11,37 com MR-A e R$ 9,87 com BTS.
Resultados
A Inseminação Artificial teoricamente tem condições para apresentar um incremento da taxa de fertilidade e acréscimo no número de leitões nascidos, pois diminui as infecções transmitidas cachaço-fêmea, e temos certeza de que o sêmen na bisnaga é fecundante ( isto se fizermos espermograma de toda coleta, o que é recomendado), enquanto que em monta natural não podemos afirmar o mesmo. Porém na prática não se verifica este aproveitamento, provavelmente devido ao fato de não darmos condições de ideais para seu uso, bem como de conservação adequada do sêmen, pois geralmente este sêmen é transportado inadequadamente em caixas de isopor, sem controle da temperatura, ou é conservado em geladeiras, que mesmo com termostato não mantém a temperatura regular. Se quisermos usufruir totalmente das vantagens que esta tecnologia nos oferece, temos que tratá-lo como realmente merece.

Abaixo relaciono alguns dados de granjas de nossa região que utilizam a inseminação artificial como método de reprodução:

Dados referentes a 10 granjas, entre Janeiro a Setembro deste ano.

Índice 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média
Taxa parto 86,9 80,4 87,3 82,8 85,1 83,6 76,9 86,5 91,7 89,2
Nasc. Total 10,6 11,3 12,5 11,6 10,2 10,2 10,6 11,6 12,1 11,0
Nasc. Vivo 10,1 10,3 11,7 10,6 9,9 9,8 10,1 10,7 11,1 10,4
% Ret. Cio 6,9 7,3 11,4 8,2 8,3 7,1 14,6 10,6 6,1 4,5
N.º Total Coberturas 404 41 580 485 288 337 466 283 592 538

Diagnóstico de Cio
A chave do sucesso do programa de inseminação artificial está no correto diagnóstico de cio. Mesmo em granjas pequenas, onde o uso de inseminação artificial é propiciado através da aquisição de sêmen de centrais, e nestes casos é ainda maior o benefício desta técnica, se faz necessário a presença de um macho adulto, com características específicas para o diagnóstico de cio. Nenhuma pessoa, por mais dedicada e sensível que possa ser é capaz de realizar com o mesmo sucesso o diagnóstico de cio feito por um cachaço.

A presença do varrão na gestação por si só já é uma ferramenta eficaz no processo de diagnóstico de cio, pois na sua presença a fêmea recebe estímulo que auxilia na exteriorização dos sinais de cio. O macho usado para o diagnóstico de cio deve receber treinamento para isto, deve ser um animal dócil, de boa conduta, Ter características de cachaço, ou seja apresentar odor próprio, intensa salivação, pois é na saliva que se encontra a maior concentração de Ferormônios, e estes Ferormônios atuam diretamente no ciclo estral da porca.

O diagnóstico de cio deve ser realizado duas vezes ao dia no mínimo, sempre nos horários mais frescos, e se inicia com a passagem do macho diante das fêmeas vagarosamente, dando tempo para que a fêmea reconheça a presença deste macho e assim comece a produzir os hormônios responsáveis pelos sinais externos de cio. Durante a passagem do macho, o tratador deve observar a fêmea, assinalando as que apresentarem interesse ao macho. Após fecha-se o macho e volta fazendo o reflexo de tolerância ao homem, ou seja, volta palpando cada fêmea que mostrou interesse ao macho, montando-a e verificando sua tolerância ao homem. As fêmeas que apresentarem positividade a este reflexo devem ser inseminadas imediatamente, e após cada 12 ou 24 horas, dependendo do manejo praticado na granja com base no intervalo desmame-cio.

A presença do macho ainda é importante durante o momento da inseminação, pois na sua presença verifica-se uma menor ou nenhuma quantidade de refluxo de sêmen. Estudos mostram que na presença do macho há produção de estrógenos, estes mesmos estrógenos que são responsáveis pelos sinais de cio, que fazem com que a musculatura uterina se contraia, auxiliando na movimentação dos espermatozóides ao encontro dos óvulos.
Momento Ideal para Realizar a IA

Na prática, a grande dificuldade para determinar o momento certo de realizar a inseminação artificial, é saber quando ocorre a ovulação da fêmea, pois estudos feitos por diversos autores mostram que as inseminações realizadas próximas à ovulação resultaram em melhor taxa de fertilidade e número de nascidos. Outros tantos trabalhos mostram que a ovulação ocorre no terço final do cio, geralmente entre 40 a 44 horas de seu início. Então nos resta acertar corretamente o momento do início deste cio, cercando-se a partir deste ponto de realizar as inseminações dentro dos momentos esperados para que ocorra a ovulação.

É de grande valia o conhecimento genético de nosso plantel, e as características próprias desta genética, reconhecendo assim a duração de cio destes animais, porém, principalmente nestes casos, devemos tomar muito cuidado com as médias, pois as variações individuais são grandes, enquanto que a duração média do cio é de 60 horas, temos fêmeas com cio de 24 horas somente, e desta mesma forma, como já dissemos, o momento da ovulação ocorre em média de 40 a 44 horas após o início do cio, e sempre no terço final dele, então este animal que tem um cio de somente 24 horas, certamente ovulou entre 8 a 10 horas após seu início. Conhecer o animal com que trabalhamos é fundamental para o sucesso da inseminação artificial.
Freqüência e Qualidade da IA

Ë muito comum verificarmos uma taxação fixa de número de inseminações a ser realizadas por fêmea por ciclo, desrespeitando totalmente a fisiologia do animal. Desta maneira quando mede-se o número de doses de sêmen utilizados em uma granja em um período específico, imediatamente faz se a conta multiplicando-se o número de fêmeas cobertas por este número afixado de inseminações por ciclo. Em países como a Holanda, que já possui uma tradição em inseminação artificial, não se faz este tipo de conta, pois o número de aplicações de sêmen é determinado pela aceitação da fêmea.

Teoricamente seria necessário somente uma inseminação, e em algumas regiões, como o Norte da Holanda, já é realidade isto, porém, isto é conseguido através de detectores de ovulação, que são caros para nós aqui no Brasil, quando comparado com o custo de mão de obra disponível para a realização de inseminações. Outro fator que implica em um maior número de inseminações / porca, é as enormes falhas no manejo reprodutivo nas granjas, inviabilizando o uso de uma IA diária, partindo do pressuposto que a população de espermatozóides é viável In vivo por 12 a 16 horas. Somente com o treinamento e experiência na correta detecção do cio seria possível promover uma redução na freqüência das IAs.

O problema mais grave é no que se refere a IA tardias, geralmente impostas pela determinação fixa do número de aplicações por porca, que além de representar um aumento dos custo, predispõe as fêmeas a apresentarem endometrites.

Uso de Infusões Uterinas com Plasma Seminal e outros artifícios para melhorar os índices de IA
Recentes trabalhos apresentados no VIII Congresso da ABRAVES, pela equipe do Dr. Ivo Wentz, mostrou claramente que qualquer técnica visando um incremento dos resultados da IA, não são tão eficazes quanto à uma correta e eficiente metodologia de diagnóstico de cio. Então se queremos melhorar os resultados pela IA, devemos investir em treinamento e capacitação do pessoal ligado à realização desta técnica dentro da granja. Promovendo uma conscientização da responsabilidade que cada um ligado ao processo da IA tem, desde o tratador dos machos, passando pelo laboratório, onde é analisado e preparado a dose seminal, principalmente junto ao encarregado pelo diagnóstico de cio, com toda certeza teremos o mesmo sucesso nesta técnica que os holandeses tem atualmente com seus aparelhos.

Médico Veterinário Antonio Rodrigues de Oliveira Jr
Gerente do Departamento Técnico da COPERPASSOS