Saúde Animal

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Meu pet tem trombocitopenia! O que é isso?




logo_pets

destaque_cat_dog_sickEm tempos de Aedes aegypti, a trombocitopenia se tornou bem famosa… Ao término de todos os comerciais de medicamentos contendo ácido acetilsalicílico, por exemplo, é possível escutar: “Este medicamento é contra-indicado em caso de suspeita de dengue”. Você pergunta ao médico por que e a resposta é:

– Porque pode aumentar o risco de hemorragias…

Mas… Como? Explico: o ácido acetilsalicílico pode inibir a função de plaquetas que já estão diminuídas pela ação do vírus. E essa diminuição é a trombocitopenia! E o que a diminuição de plaquetas tem a ver com hemorragia? Bem, a cascata de coagulação (que impede as hemorragias) é bem complexa, conta com diversos fatores de coagulação que recebem numeração romana para identificá-los e dependem de nutrientes como a vitamina K., por exemplo. A fase inicial deste processo (chamada hemostasia primária) acontece segundos após a lesão do vaso sanguíneo e nele as plaquetas formam uma espécie de tampão. É por isso que uma diminuição acentuada em seu número está relacionada às hemorragias.

Ok, mas como cães e gatos podem ter trombocitopenia? Diversas são as causas e elas envolvem distúrbios na produção, problemas na distribuição, o uso aumentado e falhas ocorridas na sua destruição. Vamos falar um pouquinho sobre cada uma delas.

A produção deficiente normalmente está associada à diminuição de outras células sanguíneas e pode ter origem infecciosa (como por exemplo, o vírus da imunodeficiência felina, o vírus da leucemia dos felinos e a Ehrlichia, o agente etiológico transmitido pelos carrapatos e responsável pela Erliquiose canina), medicamentos etc. Também podem ocorrer como consequência de tratamentos quimioterápicos e radioterápicos.
Já algumas neoplasias e condições como a coagulação intravascular disseminada podem levar ao uso anormal das plaquetas. Por sua vez, doenças autoimunes (quando as células do sistema de defesa do corpo começam a destruir células do próprio organismo), doenças infecciosas (como a erliquiose e a babesiose) e alguns medicamentos podem levar a sua destruição. Por fim, a distribuição das plaquetas pode ser prejudicada em casos de torção do baço ou aumento anormal deste órgão.

Como consequências desta redução quantitativa e de acordo com sua a extensão, além da dificuldade na coagulação sanguínea, os animais podem apresentar sinais inespecíficos como cansaço, perda de apetite, palidez de mucosas etc.

O diagnóstico é feito a partir da associação dos resultados encontrados nos exames laboratoriais, exames físicos e anamnese (história, hábitos) do paciente e o tratamento dependerá da realização deste diagnóstico.

Leve seu amigo para consultas de rotina e check-up periódico! E sempre que notar alguma alteração, não hesite em leva-lo ao médico veterinário de sua confiança.

Adriana Aquino
Médica Veterinária, Dra. em nutrição de cães e gatos.