Saúde Animal

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Podengo Ibicenco




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podengoA raça se origina nas ilhas Baleares de Maiorca, Ibiza, Minorca e Formenteira, onde é conhecido pelo nome original de «Ca Eivissenc». É, também, largamente encontrado na Catalunha, em torno de Valencia, em Roussillon e na Provença, onde é conhecido pelos nomes de Mallorqui, Xamelo, Mayorquais, Charnegue, Charnegui e Cão de Belaric. Esses cães foram provavelmente trazidos para as ilhas pelos fenícios, cartagineses e, eventualmente também, os romanos.

Este é um cão primitivo típico e robusto representante de uma das raças mais antigas. Ilustrações desses cães são encontradas nos túmulos dos Faraós e nos objetos nos museus, de maneira que a existência dessa raça pode, também, ser comprovada no ano de 3400 AC.É utilizado, principalmente para caça aos coelhos sem armas, durante o dia ou à noite. Graças a sua particular habilidade do sentido do olfato que combinado com sua audição, é mais utilizado do que a visão, ele faz faro e caça coelhos com facilidade, inclusive em mata densa. Ágil e brilhante, ele caça sua presa rapidamente, especialmente quando em matilha. Quando um cão indica a caça ela é cercada por todos os outros que mantém uma certa distância e ficam parados esperando.

Eles latem somente quando vêem a caça e quando já a tem cercada. Tanto amarrando como caçando a presa, todos os cães balançam a cauda rapidamente, mas facilmente eles abandonam a atitude de espreita. O podengo ibicenco também é utilizado para a caça à lebre e presas grandes. Ele é um bom recolhedor. Com certas exceções, apenas fêmeas são usadas para a formação de uma matilha ou, no máximo, um só macho em razão deste não trabalhar em equipe durante a caça e de ser briguento. Quando a matilha já caçou centenas de coelhos, pode acontecer, com essa raça, que alguns cães da mesma matilha não mais querem caçar até que tenham descansado o suficiente. A expressão espanhola «enconillarse» (ir repousar) refere-se a essa peculiaridade.

podengo3Padrão FCI N° 89 / 03-06-1997/P
Origem: Espanha (Ilhas Baleares).
Data da Publicação do Padrão Original Válido: 26.05.1982

Classificação F.C.I.: Grupo 5 – Cães Spitz e do tipo primitivo.
Seção 7 – Cães Caçadores do Tipo primitivo.
Sem prova de trabalho.

PADRÃO DA RAÇA – Bruno Tausz

ASPECTO GERAL: ágil e brilhante, caçando rapidamente sua presa, especialmente quando em matilha. Cabeça de tronco de cone, tronco compacto mas longo que alto.

PROPORÇÕES IMPORTANTES: a distância da ponta do focinho até os olhos é igual à dos olhos ao occipital.

CABEÇA: fina e longa, no conjunto, parece um tronco de cone próximo à base; completamente seca, mais para pequena em ralação ao tronco.

REGIÃO CRANIANA
Crânio: longo e plano (dolicocéfalo). Occipital proeminente. Focinho fino e plano.
Stop: pouco pronunciado.

REGIÃO FACIAL
Trufa: cor de carne. Narinas bem abertas.
Focinho: cana nasal ligeiramente arqueada e a trufa protrusas à frente da mandíbula; fina longa e de acordo com a cor da pelagem, cor de carne.
Lábios: finos, ajustados e cor de carne.
Dentes: mordedura perfeita em tesoura. Dentes brancos e regulares.
Olhos: oblíquos, pequenos, cor âmbar claro, reminiscência da cor caramelo. A cor âmbar pode ser mais ou menos intensa de acordo com a cor da pelagem. Sem parecer muito nobre, a expressão revela inteligência, mas também receio e desconfiança.
Orelhas: sempre reta e com muita mobilidade. Inserida para frente, ligeiramente horizontal ou direcionada para trás. Empinada quando o cão está animado. O centro da orelha situado na altura dos olhos. O contorno é de um romboedro alongado que foi cortado no terço da sua diagonal maior. São finas, sem pêlos na face interna aberta; de tamanho moderado.

PESCOÇO: bem seco tanto na face dorsal quanto na ventral. Seu comprimento é um quarto do comprimento do tronco, ligeiramente arqueado e musculoso. A pele é esticada, lisa, sem barbelas. Normalmente, a pelagem é mais longa e densa na região da cernelha, especialmente na variedade pêlo liso.

TRONCO:
Visto em conjunto, o tronco é simétrico, ligeiramente convexo e de moderadas proporções, compacto e ligeiramente mais longo do que alto, sem que essa diferença tenha sido estabelecida com exatidão.
Cernelha: bem definida, alta, seca e longa.
Dorso: longo reto e flexível. Musculatura forte, embora plana.
Lombo: arqueado, de largura média, forte e firme.
Garupa: fortemente inclinada com a estrutura óssea visível; revela musculatura muito forte.
Peito: profundo, estreito e longo, sem alcançar os cotovelos.
Antepeito: projetado e fortemente protruso. Costelas planas.
Ventre: esgalgado sem ser demasiado.

CAUDA: inserida baixa; devendo ser algo longa e rústica, pêlos ligeiramente eriçados em direção a ponta; Quando a cauda é passada entre as pernas e voltada para cima deve alcançar o nível da espinha. Ligeiramente mais grossa na raiz adelgaçando-se gradualmente para a extremidade. Naturalmente pendente em repouso, em movimento é portada em foice com a curvatura mais ou menos acentuada. Preferivelmente não portada acima do dorso.

MEMBROS
ANTERIORES: verticais, simétricos. Visto de frente, os anteriores são muito próximos; no conjunto rústico, com membros longos conferindo um aspecto animal de esguio, rápido, ainda que robusto.
Escápulas: inclinadas, fortes e livre mobilidade.
Braços: bem longos, retos, fortes e muito próximas.
Antebraços: ampliando em direção aos metacarpos.
Cotovelos: amplos inseridos bem afastados do tórax, trabalhando corretamente direcionados para a frente.
Metacarpos: fortes, firmes, largos e bem retos.

POSTERIORES: verticais com músculos longos, fortes e planos.
Jarretes: bem angulados, largos, bem baixos, verticais e corretamente direcionados para a frente.

PATAS: quase patas de lebre. Dígitos longos e bem fechados. Profusos pêlos entre os dígitos; unhas muito fortes e, normalmente, brancas, de acordo com a cor da pelagem. Almofadas muito duras.

MOVIMENTAÇÃO: preferencialmente o trote flutuante. Galope é muito rápido revelando grande agilidade.

PELE: esticada, bem assentada no corpo; pigmento avermelhado, mas pode ser uma cor diferente onde a cor da pelagem difere.

PELAGEM:
PÊLOS: liso, áspero longo.
O pêlo liso não pode ser sedoso, mas fortemente brilhante.
A aspereza deve ser rígida em muito densa, um pouco mais curta na cabeça e orelhas e algo mais longo na face posterior das coxas e na face ventral da cauda. A barba é altamente valorizada. Pêlos longos são mais macios e devem ter, no mínimo, 5 cm. A cabeça é muito densamente revestida.

COR: a preferência é pelo branco e ruivo, ou inteiramente branco ou ruivo. Exemplares fulvos são permitidos, desde que seja um exemplar excepcionalmente bom; em pelagens lisas, entretanto essa cor não é permitida.

TALHE:
Altura na cernelha: machos – 66 à 72 cm.
Fêmeas: 60 à 67 cm.
Sem sombra de dúvidas, cães que tenham ultrapassado, mas próximo das medidas podem ser aceitos, desde que sejam bem proporcionados e estéticos.

FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deverá ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.

FALTAS GRAVES:
• Cabeça pequena e larga.
• Stop pronunciado.
• Falta de um pré-molar (PM).
• Orelhas caídas.
• Costelas em barril.
• Cotovelos voltados para fora.
• Jarretes de vaca.
• Patas voltadas para fora.
• Movimentação cruzada das patas e jarretes.

DESQUALIFICAÇÕES
• Stop abrupto.
• Trufa manchada.
• Prognatismo.
• Orla das pálpebras e lábios marrom avermelhado.
• Mestiçagem.
• Orelhas dobradas.
• Olhos escuros.
• Antepeito pobremente definido.
• Anteriores afastados.
• Garupa larga.
• Coxas arredondadas e largas com veias perceptíveis.

NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.

Bruno Tausz
Consultor e Colaborador em cinologia, cinotecnia, comportamento animal e adestramento