Saúde Animal

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Tricomonose Bubalina




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AGENTE: Trichomonas foetus

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: Protozoário de formato ovóide, posuindo de 2 a 3 flagelos, a maioria possuindo movimentação no sentido anti-horário. Podem causar abortos, piometras e infertilidade temporária em vacas. São sensíveis à Penicilinas.

PRIMEIRA INFECÇÃO:Ocorre geralmente na cópula e os sinais clínicos aparecem 2 a 3 dias após a infecção. Existe corrimento vaginal e vaginite com granulações.
REINFECÇÃO:O animal só apresentará os sintomas de 10 a 15 dias após a reinfecção.
MIGRAÇÃO:Após acometer a região vaginal, migra para o útero e começa a multiplicar-se. Ocorre endometrite intensa e se a fêmea estiver gestando, ocorre aborto. Há acúmulo de material purulento no útero (piometra fechada) pela presença do tampão mucoso. Pode ocorrer um aumento do intervalo entre cios (anestro aumentado).No touro ocorre multiplicação intensa do protozoário a nível de mucosa peniana e prepúcio, provocando uma inflamação local; porém existe a possibilidade de transmissão do agente à muitas fêmeas, sem que este apresente sintomas da doença.

RESISTÊNCIA

Em secreções o protozoário pode permanecer viável de 2 a 3 dias. No sêmen congelado, pode estar viável por tempo indeterminado de conservação.
É sensível ao formol e ao cresol.

SINTOMAS

FASE AGUDA: Representada por hiperemia intensa da mucosa vaginal, formação de pequenos nódulos, presença de exsudato catarral de cor acinzentada, vagina, vulva e períneo edemaciados e repetição de cio.
FASE SUB-AGUDA: Nesta fase não ocorre vaginite intensa, porém, devido à migração para o útero, ocorre cervicite com a presença de corrimento uterino acinzentado. Aborto em torno do segundo a terceiro mês de gestação sem retenção de placenta; permanecendo o corrimento por alguns dias. Quando não há aborto, ocorre piometra que pode se prolongar por meses, dando a impressão de gestação normal.
FASE CRÔNICA: O agente parasitário permanecendo por tempo prolongado, e o animal resistindo, a tendência é de cura espontânea e volta gradativa à fertilidade, a não ser que a endometrite tenha lesado a fêmea a ponto de impedir sua reprodução. Nos machos ocorre balanopostite inicial, somem as granulações e continua a eliminar o agente por longo período.

DIAGNÓSTICO

Repetição de cio.
Observação de aborto até o quarto mês.
Vaginite.
Eliminação constante de corrimento acinzentado.
Pesquisa de protozoários na fêmea de 12 a 21 dias após a cobertura ou 2 a 3 dias antes do cio (em vacas com corrimento acinzentado). Nos machos realiza-se lavado prepucial com solução salina.

TRATAMENTO

Isolamento da fêmea doente.
Piometra: eliminação de CL (corpo lúteo) via palpação retal.
Aplicação de velas uterinas a base de tetraciclinas.
Touros: deve-se realizar aplicação tópica de Flagil a nível de mucosa peniana e administração de dimetridazol 15g/100Kg P.V., durante 5 dias VO. Repetir o tratamento após 15 dias.

Renato Faria Sanches
Médico Veterinário
Coordenador do Departamento de Equinos e Ruminantes
Consultor Geral - HVVB